CAPELA
NOSSA SENHORA DOS NAVEGANTES
LINHA
14 DE JULHO
A capela Nossa Senhora dos Navegantes
está situada aos pés do Morro do Céu, também chamado de Morro dos Baianos.
Os imigrantes chegaram aos lotes rurais
da Linha 14 de Julho no ano de 1982, mas temos data registrada somente no
longínquo de 1907.
Desconhece-se a chegada dos “baianos”,
pessoas de cor e de origem afro-brasileira que ocuparam o alto do Morro do Céu,
estes que eram remanescentes da Guerra do Paraguai.
As primeiras famílias que estabeleceram
foram: César Lazzarini, Francisco Celegari, Ermínio Fiorin, Fioravante Storti,
Giuseppe Mozzo e outros.
Como as terras eram muito acidentadas,
muitos morros, e declividade acentuada, inicialmente cultivaram agricultura de
subsistência, cereais, legumes e a natureza era bastante pródiga: caça e
principalmente peixes do rio das Antas.
Em 09 de junho 1927 o bispo D. João
Becker concedeu licença ao Pe. Vigário de Monte Vêneto, na época, Pe. Davi
Angeli, para construir um oratório (capela) em honra a Nossa Senhora dos
Navegantes e cemitério, localizava-se às margens do Rio das Antas, lado norte.
Foi na década de 50, que as famílias
iniciaram com o plantio de parreiras e ocorreu na estreita planície que circula
topo do altiplano e o vale por onde serpenteavam as velozes águas do majestoso
rio das Antas. As famílias descobriram que as parreiras se adaptavam muito bem
com alta produtividade, bem como amadurecimento precoce em relação a outras
regiões. Mais tarde, análises do solo resultaram em alto teor de potássio e
fósforo em sua composição e aliados a um micro clima com mais calor e isento de
geadas tardias tornaram a região de Cotiporã ideal para a produção vinífera,
tanto de uvas europeias, americanas bem como híbridas e de mesa.
Em 1961, foi construída pequena escola
de madeira, medindo 56 m2
e em 1962 a
atual igreja. A escola de madeira recebe novo prédio de alvenaria no ano de
1985 tendo duas salas de aula, cozinha, secretaria, dois banheiros e área de
serviço. No ano de 1987 foi a Escola Municipal que mais alunos educava,
funcionando em dois turnos.
Igreja da Capela Nossa Senhora dos Navegantes |
Salão da Capela Nossa Senhora dos Navegantes |
CAPELA
NOSSA SENHORA DE MONTE BÉRICO
LINHA
14 DE JULHO
Por volta de 1887, chegaram os
imigrantes de Vicenza, Itália, estes se instalaram na Linha 14 de Julho às
margens do Rio das Antas, trazendo a devoção e a lembrança de Nossa Senhora de
Monte Bérico, foi trazida pelas famílias Zanin, Colussi, Beloni, Mesacazza,
Perin, Pasquali e Pelizzari, como proteção.
Por volta de 1903, estas famílias
construíram uma pequena igreja de madeira, que existe até hoje. Foi reformada e
é bem conservada. O conjunto igreja/campanário é uma das mais belas construções
arquitetônicas históricas dos imigrantes italianos.
As festas da padroeira, bailes e
encontros dos fins de semana eram realizados no pequeno salão de madeira. O
terço comunitário e a catequese dos filhos eram feitos na igreja. Havia também
os jogos de cartas, briscola, tressete, quatrilho e jogos de bocha. Somente no
século XX o salão da comunidade foi ampliado.
No início a educação era precária,
muitas vezes se reuniam os jovens numa casa de família e pagavam alguém que
sabia ler e escrever para passarem o ensinamento aos seus filhos. Outros
buscavam alfabetização no outro lado do rio, na Escola Colussi, Alcântara
Baixa, Faria Lemos. Somente em 1961 que a comunidade de Monte Bérico conquista
um centro educacional, a Escola Municipal Marcos Gaspar de Souza, prédio de
madeira, esta que serviu a duas comunidades a de Monte Bérico e a de São Pedro
até 1986. E em 1985, foi construído um moderno prédio de alvenaria, teve suas
atividades encerradas em 10 de janeiro de 2001, após os alunos foram estudar na
escola Morro do Céu e posteriormente na cidade de Cotiporã.
Apesar da topografia acidentada para as
práticas agrícolas, as terras férteis compensam a alta produtividade de
parreiras e frutas.
Atualmente a comunidade de Nossa
Senhora de Monte Bérico desfruta de invejável visão das corredeiras e por
ocasião das chuvas o movimento assustador das águas do Rio das Antas. O barulho
e o apito do trem cargueiro com dezenas de vagões, durante o dia ou à noite,
despertam a atenção dos moradores. Um improvisado belvedere, em frente ao
cemitério comunitário, onde se enxerga a instalação do Complexo Energético 14
de Julho da CERAN.
Igreja da Capela Nossa Senhora de Monte Bérico |
Salão da Capela Nossa Senhora de Monte Bérico |
Integrantes do grupo em frente à Igreja |
CAPELA
SÃO PEDRO
LINHA
14 DE JULHO
A capela São Pedro está situada às
margens do Rio das Antas, na Linha 14 de Julho, foi se formando quando os
moradores mais distantes do lado leste da capela Nossa Senhora de Monte Bérico,
decidem construir outra comunidade, uma igrejinha mais próxima das famílias.
Situada às margens do rio das Antas,
Linha 14 de julho, a partir do lote rural n° 20, onde as águas do rio quase se
encontram, visualizando geometricamente uma ferradura e indo até o lote 27 da
mesma linha.
A igreja construída de madeira
localizava-se onde hoje está à casa de Remo de Villa em lote rural e quem doou
o terreno foi Vicenzo de Villa. Mais tarde transferiram o local
desconhecendo-se o seu dono, com aproveitamento da madeira da primeira
igrejinha, construindo a segunda igreja, medindo aproximadamente 30m² (6m x 5m)
e situou-se próxima, onde está o atual, não muito longe da primeira, já
construída de alvenaria, no ano de 1970. O salão, mais amplo, com churrasqueira
e cozinha foi concluído na década de 90. Rente ao salão comunitário, os 10
sócios da comunidade de São Pedro mantém conservada cancha de Bocha.
Por muitos anos, no entanto, os sócios
da nova capela, continuaram a pertencer ao cemitério comunitário de Monte
Bérico e também ao cemitério comunitário da Capela N.S. dos Navegantes, no
outro lado do rio, pertencente à Paróquia de Faria Lemos. Foi somente por volta
de 1960 que foi construído o próprio cemitério, próximo à igreja, em frente à
mesma, separada pela estrada que servia a comunidade.
Uma questão vital para alguns
imigrantes era como encaminhar os filhos no mundo das letras, dos números,
conhecimentos mínimos a fim de melhor relacionar-se socialmente. Os imigrantes
possuíam este senso intelectual, pois muitos vinham alfabetizados e repetiam
para os filhos; “Bisonha far-se furbi e studiare”. Como o trabalho no meio
rural era muito, o pai de família escalava quem ia para escola e quem ficava
para a jornada de trabalho. As meninas muitas vezes lhe eram negado este
direito sagrado de aprender, diziam “Le tose non bisonha de estudio”.
O prédio escolar municipal foi alugado
ou cedido a CERAN, tornando-se ao mesmo tempo este local privilegiado para
apreciar a barragem e instalação do centro administrativo da CERAN, da
construção da Hidrelétrica 14 de julho.
Cabe registrar, que até 1980, a travessia do Rio
das Antas era feito através de balsa e o Passo de Cotiporã localizava-se no
lote n°
20 não onde hoje fomos construídas
ponte/calha. A Comunidade de São Pedro, com a instalação da Hidrelétrica 14 de
Julho, tem uma oportunidade para expandir-se.
As belezas naturais, vale da Ferradura,
se bem que maculado pela barragem; Morro do Céu ou dos Baianos, aliado a alta
produtividade da fruticultura: videiras, cítricos e outras culturas de clima
temperado propiciam novos empreendimentos hoteleiros, agroindustriais e
turísticos. Basta saber aproveitar as oportunidades, como os primeiros
imigrantes ali o fizeram, sob condições bem mais adversas.
Igreja da Capela São Pedro |
Salão da Capela São Pedro |
Integrantes do grupo em frente à Igreja |
CAPELA DE são
CASEMIRO
LINHA 14 DE
JULHO
A
partir dos primeiros assentamentos, os poloneses ergueram modesta e pequena
capela em homenagem a São Casemiro.
É citado o ano de 1897, como o ano da fundação
da capela de São Casemiro, logo também tiveram necessidade do cemitério, a
escola comunitária viria mais tarde, primeira década de 1900 e a capelinha
assemelhava-se a uma pequena casinha de tábuas, no seu interior sobressaía-se a
figura de São Casemiro, emoldurada em um quadro.
Vários fatores dificultavam a plena integração dos
imigrantes poloneses estabelecidos em Cotiporã, o fator principal era o elo da
comunicação, além do fator língua, os imigrantes poloneses enfrentaram também a
topografia acidentada de suas terras, isto retardou um pouco seu
desenvolvimento econômico nas primeiras décadas do século XX.
A Capela centenária, ao longo dos anos foi se constituindo com
referência dos polacos de Cotiporã. A terra de produção era de excelentes
frutas cítricas, melões, mamões e também uma crescente produção de uva.
Hoje a capela de São Casemiro é o marco
da colonização polonesa no município de Cotiporã, destaca-se por preservar a
cultura polonesa como a língua, com curso de polonês a todos que realmente buscam
aculturar-se.
Igreja da Capela São Casemiro |
Salão da Capela de São Casemiro |
Integrantes do grupo em frente à Igreja |
CAPELA
SÃO JUDAS TADEU
LINHA
14 DE JULHO
A capela São Judas Tadeu situa-se no
extremo sul do município de Cotiporã entre os vales do Rio Carreiro e do Rio
das Antas, no encontro das águas destes rios, iniciando assim a denominação do
Rio Taquari.
Por volta de 1887-1890, se
estabeleceram nas Linhas Marechal Floriano Peixoto, Álvaro Chaves e no início
da Linha 14 de Julho as famílias de imigrantes italianos, poloneses, e algumas
de origem luso-brasileira. Estas famílias desbravaram as matas e sobreviveram
graças à agricultura de sobrevivência (trigo, milho, feijão, legumes), e também
da caça e da pesca.
Até a década de 1940, a comunidade de
São Judas Tadeu tinha vida social, religiosa, educacional e comercial ligada ao
povoado de Santa Bárbara, situado no outro lado da barra dos rios, pertencia ao
município de Guaporé, hoje São Valentim do Sul. A passagem sobre o Rio Carreiro
era feita por barcos (caícos). A passagem fluvial sobre o Carreiro quase sempre
era possível, pois quando o Taquari/Antas subia (enchente) represava as águas
do Carreiro, tornando o rio manso. O contrário ocorria quando o Taquari/Antas
baixava as águas, então o Carreiro tornava-se um rio de grande corredeira, como
seu nome já diz, sendo quase impossível atravessá-lo.
A alfabetização de alguns filhos dos
imigrantes foi feita do outro lado do rio, na escola de Santa Bárbara e na
escola da Comunidade dos Colussi.
Em 16 de junho de 1951, a comunidade de
São Judas vê surgir a pequena escola de 20m², regularizada através do Decreto
Municipal 12 de 28 de dezembro de 1977, com o nome de Escola Alfredo Lima, que
localizava-se na entrada de acesso do porto público de São Judas.
Somente na década de 50 foi construída
a primeira igrejinha, de alvenaria. Antes desta tinha apenas um pequeno
capitel, onde o mesmo era dedicado a Nossa Senhora das Graças. O Senhor Isaias
Viccari, cumprindo uma promessa, doou o terreno e comprou a imagem de São Judas.
A comunidade de São Judas Tadeu,
pertence ao território de Cotiporã, mas continua desde que criada fazendo parte
da Paróquia de Santa Bárbara.
Na década de 60, no Governo de Leonel
Brizola, São Judas é contemplado com uma escola de madeira, conhecidas como
“brisoletas”. Brizola, grande visionário, espalhou milhares dessas escolas por
todo o Rio Grande do Sul.
Durante décadas a escola Alfredo Lima e a
pequena Igreja serviram a comunidade. Em várias oportunidades o ano letivo
contava com mais de trinta alunos. A escola atendia alunos de 1ª a 4ª séries.
Quem desejasse concluir até a 8º série, deslocava-se ao centro maior, Santa
Bárbara, e ou buscava oportunidades de estudo e trabalho em Bento Gonçalves.
Igreja da Capela São Judas Tadeu |
Fonte: livro ainda
não publicado, “Cotiporã e sua história”, de autoria do Professor Ambrósio
Giacomini e Dalmo Scussel.
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