domingo, 1 de dezembro de 2013

Capelas Interioranas do Município de Cotiporã

CAPELA SÃO BRÁS
LINHA JÚLIO DE CASTILHOS

A origem da comunidade dá-se ao ano de 1885.
As primeiras famílias eram originárias principalmente das províncias italianas de Belluno, Vicenza, Treviso e outras da grande região do Vêneto.
A primeira igrejinha foi construída em 1887, na Linha Júlio de Castilhos. O primeiro templo de orações constituía-se de uma pequena e tosca casa de madeira dedicada a Santo Antônio.
Logo após os moradores imigrantes iniciam a construção de sua própria igreja, dedicada a São Brás, mais tarde, com doações de terras, os moradores tiveram autorização religiosa e pública para iniciar seu próprio cemitério.
Próxima à igreja e ao cemitério os moradores já demonstraram união e organização. Construíram uma escola, a qual um ano antes, já existia num galpão emprestado.
 Em 1937, nas proximidades onde hoje funciona o poço artesiano que abastece a comunidade de São Brás, iniciou-se a primeira Cantina de Vinho de Cotiporã, junto à mesma funcionava moderno alambique de cachaça e graspa. Eram vinte os sócios da cantina, quase todos moradores da Capela São Brás. A mesma funcionou até 1943, quando alguns fiscais do vinho convenceram os industrialistas pioneiros a largarem o vinho rio a baixo. Testemunhas do fato contam que quando viram aquilo choraram, outras se debruçaram sobre o mesmo para beber o precioso líquido.
Em 1968 é inaugurado amplo salão de festas, de um só piso e serve a comunidade até hoje. Durante anos foi salão de festas, escola e até igreja.


Integrantes do grupo em frente à Igreja de São Brás
Salão da Capela São Brás

CAPELA DE SÃO JOÃO
LINHA JÚLIO DE CASTILHOS

As primeiras famílias chegaram em 1887 e 1888. Os imigrantes eram originários principalmente das províncias italianas de Vicenza e Treviso.
A primeira manifestação de fé teria surgido junto a um quadro de São João Batista trazido da Itália e pendurado junto a uma árvore, onde algumas famílias rezavam o terço junto ao mesmo.
Em 1900, os imigrantes constroem um capitel, espécie de igrejinha de madeira, e em cima de uma mesinha, colocaram o quadro de São João. Em 1916, foi construída e inaugurada a igreja propriamente dita, sendo de madeira, porém mais espaçosa e com janelas de vidro.
O cemitério comunitário teve licença eclesiástica pública para funcionar a partir de 1902.
Não se sabe o certo, mas a primeira escola próxima à igreja, teria sido uma casinha feita de torras de madeira e coberta de galhos de árvores e somente em 1916 foi construída sala de aula mais moderna. Neste ano, segundo testemunhas, o número de alunos passava dos trinta.
Hoje, não são muitas famílias que continuam residindo e se dedicam à agricultura e pecuária.


Integrantes do grupo em frente à Igreja se São João
Antiga Escola e Salão da Capela São João

CAPELA SANTO ANTôNIO (zona moro)
LINHA JÚLIO DE CASTILHOS

Localizada no lote 116 da Linha Júlio de Oliveira. O Nome Santo Antônio do Moro, foi criado por um dos primeiros párocos de Fagundes Varela para distingui-la de outras capelas devotas a este santo existentes na Paróquia Santo Antônio Abade e como próximo à capela morava a família Moro, ficou o nome.
Não existem muitos registros sobre sua criação, mas deduz-se que Santo Antônio do Moro, sempre pertencia religiosamente falando, à Paróquia de Santo Antônio Abade de Fagundes Varela.
As primeiras famílias foram Gabrielli, Rebelatto, Moro e Bussolaro.
Nos primeiros tempos de colonização a localidade tornou-se passagem obrigatória de quase todos os moradores das capelas de Monte Orca, pois procuravam o moinho do Petucso (família Carlesso) único da região. A estrada passava pela propriedade de Francisco Gabrielli e iniciava a descida muito íngreme até o Vicente Rosa que era ultrapassado por ponte. Além do moinho, frequentavam o “Bodegon” de Antonio Gabrielli, (Toni Bomba). A bodega era ao mesmo tempo armazém, mas principalmente “pousada” para os carreteiros que transportavam produtos suínos, banha e outros produtos de Nova Bassano, Vista Alegre e Fagundes Varela que se dirigiam a Bento Gonçalves pela estrada geral Fagundes Varela - Cotiporã, como se tem hoje. A casa dos Gabrielli aos domingos à tarde, oferecia as domingueiras, baile de final de tarde, com música de gaita de boca.
Integrantes do grupo com o professor e historiador Ambrósio Giacomini em frente à Igreja da Capela de Santo Antônio do Moro

Salão da Capela de Santo Antônio do Moro

Capela Nossa Senhora de Monte BÉrico
LINHA JuLIO DE CASTILHOS

Em 1892 a sociedade de Monte Bérico construiu já nos primeiros anos da imigração, uma pequena capela de madeira dedicada a N.S. de Monte Bérico, localizada na Linha Júlio de Castilhos, no lote rural ou colônia nº 137.
A Madona, estátua de N.S. de Monte Bérico é constituída somente de tronco e cabeça (meia) e teria sido trazida de Monte Bérico, Vicenza-Itália, por Giovani (Nei) Fontana. De especial possuía corpo de ouro, mas esta foi roubada. É festejada no mês de agosto.
Em 1933, o Pe. Ângelo Mônaco, fez uma campanha para construir nova matriz.
Territorialmente fazendo parte do município de Cotiporã, desde a emancipação política, situa-se a Leste e a 20 Km de sede do município, limitando-se com Fagundes Varela ao norte, e tendo ao oeste o rio Carreiro limite geográfico com Dois Lajeados.
Monte Bérico destaca-se hoje na produção vitícola e cítrica, onde abrigava o belo Salto dos Conte ou Salto do Carreiro: formação basáltica das mais interessantes da região. Empregamos o verbo no passado, pois a construção da Hidrelétrica Linha Emília, praticamente destruiu o encanto desta beleza natural. O salto e rochedos com crateras formadas pela erosão praticamente desapareceram bem como o poço ou o conhecido “fundão”, lagoa formada após a queda d’água. A natureza cede lugar ao progresso. A pequena hidrelétrica, barragem e o vale propiciam uma visão grandiosa e peculiar deste recanto natural.
Outro potencial turístico de Monte Bérico é seu outro limite geográfico, conhecido como Arroio do Inferno, separa a comunidade com a Capela N.S. do Carmo. O Rio do Inferno corre velozmente, num vale de considerável profundidade, escondendo pela sua vegetação fechada, quedas e cascatas de água estrondosas, principalmente em épocas de enchentes.

CAPELA NOSSA SENHORA DO CARMO
LINHA JÚLIO DE CASTILHOS
        
Situada no lote rural nº 128 da Linha Júlio de Castilhos, já na descida do “Monte Orca” para o vale do rio do Inferno, território de Cotiporã.
Inicialmente fazendo parte da paróquia N.S. da Saúde, Monte Vêneto e hoje Paróquia de Santo Antônio Abade, Fagundes Varela. Teve sua fundação com a chegada dos imigrantes por volta de 1892-1900.
O conjunto da capela, tendo localização privilegiada, visão magnífica do vale do rio do Inferno, também chamado nos primeiros tempos de Rapina, sendo este divisa com a Capela de N.Srª. de Monte Bérico a oeste; ao norte limita-se a capela Santo Antônio do Moro; ao sul com a capela de São Caetano e ao leste parte de Santo Antônio e São Caetano.
Na comunidade ainda sobressai o cume de Monte Orca propriedade de João Marinello e filho, de onde se tem uma visão panorâmica das cidades de Veranópolis, Fagundes Varela, Cotiporã, Guaporé e Serafina Corrêa.
As primeiras famílias que se estabeleceram nesta área foram: Zardo, Peruzzo, Marinello, Gabrielli, Malacarne e também imigrantes alemães.
A instrução pública somente aparece na capela em 1964. O decreto de criação nº 1.237 de 14-04-1978 do Poder Público Municipal estabelece para a comunidade a Escola Municipal de 1º grau Incompleto João XXIII. Antes disso, porém, os filhos dos imigrantes eram incentivados a frequentarem a escola em Santo Antônio do Moro.
Pessoas nascidas nesta comunidade com mais de oitenta anos testemunham que iam à escola para aprender fazer o nome e contas (matemática). Aprender a ler não era tão importante... Em época de colher o trigo com foicinha nem pensar em ir para a escola.
Não se sabe bem por que e quando a capela de N.S. do Carmo deixou de pertencer à paróquia N.S. da Saúde de Cotiporã e passou a fazer parte da Paróquia de Santo Antônio de Abade de Fagundes Varela. 


Igreja da Capela Nossa Senhora do Carmo
Salão da Capela Nossa Senhora do Carmo  
Integrantes do grupo em frente à Igreja
Fonte: livro ainda não publicado, “Cotiporã e sua história”, de autoria do Professor Ambrósio Giacomini e Dalmo Scussel.

3 comentários:

  1. Olá!
    Achei muito interessante o resgate histórico realizado aqui.
    Gostaria de obter maiores informações sobre a localização de alguns pontos citados no blog como, por exemplo, a localização da linha Júlio de Castilho (Capela São Brás) que não encontrei no Google Maps.
    Poderiam me ajudar?
    Danieli e Vanessa, vocês tem o sobrenome da minha bisavó!
    Contato: gabrielaarquiteta@gmail.com

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  2. Aleci Fontana De Paris13 de janeiro de 2017 às 23:40

    Olá,
    Gostaria de informações sobre a linha 14 de julho e sua Capela de NS Monte Bérico, estive aí e do lado tem um cemitério onde localizei uma cruz atirada no chão com o nome da minha bisa Regina Bertizzolo ( Fontana), poderiam me dizer se foram transferidos (Fontana) para o cemitério Geral de Cotiporâ?
    amfparis@gmail.com

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  3. Olá, estou a procura da localização da capela de Santo Antonio, a que se refere a reportagem do jornal, acredito ser essa mesma, a de Santo Antonio de Moro:


    http://memoria.bn.br/DocReader/DocReader.aspx?bib=882038&pesq=%22Angelo%20Grando%22&hf=memoria.bn.br&pagfis=4198


    http://memoria.bn.br/DocReader/DocReader.aspx?bib=882038&pesq=%22Angelo%20Grando%22&hf=memoria.bn.br&pagfis=4238



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