No início da década de 80, um pequeno
grupo de tradicionalistas reuniu-se para plantar as sementes de um sonho
gaúcho, um sonho que na época, foi desacreditado e dificultado, pela
incompreensão de muitos do que era o tradicionalismo Gaúcho em uma comunidade
de raízes italianas, mas que hoje é uma realidade sólida, fruto daquelas
primeiras sementes que germinaram e fizeram com que o tradicionalismo
florescesse em Cotiporã, aglomerando cada vez mais adeptos.
Como já mencionado, a origem
eminentemente italiana de nossa cidade dificultou um pouco a implantação da
cultura tradicionalista, no entanto, hoje, compreendemos as peculiaridades de
cada cultura, valorizando-as em suas individualidades e permitindo que os filós
convivam em perfeita harmonia com os fandangos.
Os tradicionalistas Cotiporanenses
foram orientados por outros tradicionalistas do CTG Laço velho de Bento
Gonçalves, este que é o padrinho de fundação do CTG Pousada dos Carreteiros.
No dia 10 de abril de 1981, reunidos no
Salão Paroquial de Cotiporã, então Distrito de Veranópolis, um grupo de
abnegados tradicionalistas cotiporanenses fundavam o Centro de Tradições
Gaúchas, marcando o início de uma grandiosa trajetória calcada na cultura
rio-grandense, heranças maior da Epopeia Farrapa. Foi escolhido pelos presentes
o nome da entidade “Centro de Tradições Gaúchas Pousada dos Carreteiros”, como
homenagem ao carreteiro serrano, herói esquecido do Rio Grande do Sul, que aqui
encontrava um recanto seguro para as suas pousadas.
Os estatutos da entidade foram
elaborados e aprovados em Assembleia Geral Extraordinária, no Salão Paroquial
de Cotiporã, em 09 de maio de 1981.
Em 09 de agosto do mesmo ano (1981), os
associados escolheram o belo lema da entidade, “CARRETEANDO A TRADIÇÃO”.
Logo foi adquirida
a área de terra que hoje abriga o galpão tradicionalista de nosso CTG.
Seguindo-se, quem sabe, aquela que foi a maior comunhão de esforços de toda a
história do Pousada dos Carreteiros, quando todos os associados por volta da
primeira semana de janeiro de 1982, reuniram-se para a construção do Galpão
Tradicionalista no terreno adquirido, onde foram realizados serviços de
escavação, concretagem das sapatas e pilares.
A patronagem
aumentou o número de associados, sendo realizadas inúmeras programações sociais
e tradicionalistas, além da campanha do Sócio Remido, a fim de levantar fundos
para a construção do galpão.
A
Comunidade de Cotiporã e principalmente os associados estavam entusiasmados
nesta época – com seu trabalho participativo, doações financeiras, material de
construção, árvores –, propiciaram a construção desta grande obra, que foi pré-inaugurada
em 20/09/85.
Nesta época, a Comissão de Emancipação
lutava pela emancipação de Cotiporã e o CTG participou ativamente desta jornada
histórica. O galpão fora inaugurado no dia 21 de dezembro de 1985, ano do
sesquicentenário farroupilha, com uma grande passeata de cavalarianos e
automóveis, e um grande fandango animado por Adelar Bertussi e Grupo Coração
Gaúcho.
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Cartaz da Inauguração do Galpão Tradicionalista |
![]() |
Inauguração do Galpão |
As Festas Campeiras verteram mais uma
empreitada do Pousada dos Carreteiros, dando vida efetiva à invernada campeira,
aos tiros de laço, às gineteadas em gado bovino e às provas de rédea.
O meio artístico originou um grupo
fandangueiro, chamado de “Os Filhos da Serra”.
Posteriormente foi construído o
primeiro Parque de Rodeios do CTG Pousada dos Carreteiros, na Linha Frei
Caneca, onde foi realizado o primeiro rodeio de Cotiporã.
Em 1988, Cotiporã sediou a VIII Semana
Farroupilha da 11ª Região Tradicionalista.
Em 1990, realizou-se a I Festa Campeira
de Cotiporã.
Em 1991, realizou o 1º Baile da Prenda
Jovem, que foi apenas o pioneiro de outros tantos que se seguiram, também
cabendo registrar a apresentação de um dos maiores compositores
tradicionalistas, João de Almeida Neto.
Em 1992, adquiriu-se a área de terras
que atualmente abriga o Parque de Rodeios do Pousada dos Carreteiros, junto à
estrada da Capela São José. A administração municipal de Cotiporã prestou um
auxílio financeiro de mais de 50% do valor da compra fundamental para a
aquisição daquela gleba de terras.
O tradicionalismo cresceu a passos
largos em Cotiporã, mas não se aclimatou, vindo ultrapassar os limites de nossa
querência, irmando-se com tauras doutros pagos, também preocupados com a
preservação das raízes tradicionalistas.
Assim, podemos conhecer um pouco mais
sobre a história dessa valorosa entidade o “CTG Pousada dos Carreteiros”, que
orgulha nossa cidade, nossa região, e nosso estado.
Fonte: Material fornecido pelo departamento cultural do CTG Pousada dos Carreteiros.
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